O Corinthians enfim recebeu a minuta do contrato elaborado pelo consórcio das empresas mineiras Egesa e Seebla para a construção do estádio no terreno da Marginal do Tietê, na Vila Maria, Zona Norte de São Paulo. Dois detalhes do documento chamam a atenção: tempo para construção e a multa que o atraso acarretaria, e a idéia de vender cadeiras cativas por meio de financiamento, o que facilitaria o acesso do corintiano de renda menor.
A entrega não significa que finalmente o Corinthians terá um estádio. Na segunda-feira, o departamento jurídico vai ter acesso à documentação para análise. Segundo o vice-presidente Heleno Maluf, responsável por conduzir a negociação, o clube deve sugerir algumas mudanças.
Se o jurídico aprovar e Andrés Sanchez der o aval, o projeto será colocado em votação pelo Conselho Deliberativo. O presidente, porém, continua cético, já que houve demora excessiva na entrega da documentação e há problemas burocráticos por causa da localização, que não agrada à prefeitura e pode encontrar barreiras para regularização - não foi à toa que o Pacaembu já foi oferecido ao clube mais de uma vez.
A principal preocupação é o trânsito que acarretaria em uma via movimentada como a Marginal. Mas há questões ambientais também - há a suspeita de que o terreno esteja contaminado. "Nunca estivemos tão adiantados para ter um estádio. É um projeto real", disse Heleno Maluf. Na minuta, finalmente aparece documento que comprova a compra dos dois terrenos no local. O valor da aquisição foi de R$ 80 milhões.
O consórcio se compromete a construir o estádio em 36 meses logo no dia seguinte à liberação da prefeitura. Caso falhe, pagará multa ao clube de cerca de R$ 10 milhões. Como comparação, a maioria dos estádios sul-africanos que estão sendo levantados para a Copa de 2010 previam três anos para construção, mas os cinco devem ser entregues com atraso.
O projeto prevê capacidade para 52 mil pessoas. Serão 200 camarotes e 10 mil cativas, que pelo contrato inicial seriam negociados pelo consórcio, que fica com 100% do lucro. O Corinthians quer negociar e ter ao menos 25% desse montante. As empresas argumentam que não terão um grande lucro: pretendem gastar R$ 350 milhões e faturar cerca de R$ 400 milhões.
Para tentar amolecer Sanchez, há uma novidade no contrato: a venda das cativas por meio de parcelas. O valor da cada uma, segundo a minuta, é de R$ 21 mil. A idéia é criar um financiamento em que o torcedor pague 70 parcelas de R$ 300.
Outro ponto que pode gerar discórdia é a questão do "naming rights", ou a venda do nome do estádio para empresas. O consórcio espera vender por cerca de R$ 1,5 milhão por ano. Pelo contrato, essa renda seria do grupo por dez anos. O clube quer diminuir esse período ou receber algo antes disso.
"Mas o estádio terá um nome oficial. Se for, por exemplo, Estádio Corinthians Paulista, se for vendido a uma empresa o nome desta virá na frente, mas o oficial permanece", garante Maluf. O presidente Andrés Sanchez já avisou que pretende homenagear o clube, e não algum personagem. "Não será Andresão."
http://www.reporterdiario.com.br/index.php?id=91676
15/08/2008
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Um comentário:
Maloqueiro, tudo bem ??
sexta feira,dia 15, saiu uma matéria no jornal da tarde com detalhes do contrato.
Caso consiga a matéria, por favor, poste aqui para vermos ok
obrigado pela atenção !!
João Roberto (Beto)
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