CT de Itaquera é "plano B" para estádio do Corinthians

O presidente do Corinthians Andrés Sanches garantiu na semana passada que até 2012 o clube terá o seu estádio e que tem um outro projeto em vista caso aquele do consórcio Egesa/Seebla não se confirme. E o plano B passa por um local bem conhecido: o CT de Itaquera, na Zona Leste. É o mesmo que foi rejeitado no começo do ano ao concorrer com o projeto das empresas mineiras. Ele foi levado ao clube pelo conselheiro Edgar Ortiz, que na ocasião abriu mão do "seu" para apoiar o apresentado pelo quase xará Edgard Soares.
O prazo para o acerto do plano A, em terreno no bairro da Vila Maria a cerca de dois quilômetros do Parque São Jorge, foi estendido até 28 de julho. Mas se nesta data Sanches não tiver em mãos detalhes técnicos da obra, um seguro que arque com a construção se o consórcio falir e os terrenos na Marginal do Tietê no nome do clube - as empresas garantem que os compraram -, o projeto entra para a história como outro fracasso.
Abrirá, no entanto, a possibilidade de o presidente tentar realizar um sonho, que parecia esquecido com a iminência da obra Egesa/Seebla, que é o de levantar o estádio onde hoje está o CT de Itaquera, usado apenas pelas categorias de base.
A questão não é simples e, apesar da confiança de Sanches ao relatar essa possibilidade, dependeria de um investimento grande O projeto de Itaquera foi um dos relegados por causa do consórcio porque este já tinha parte dos R$ 450 milhões da obra levantados. Só voltou à tona com o travamento da opção inicial e por iniciativa de Andrés, que ouviu muitos torcedores a favor de Itaquera.
A CONSTRUÇÃO - O projeto do estádio em Itaquera foi feito pelo engenheiro Marcelo Tessler. É o mesmo que havia planejado o estádio da Hicks Muse, ex-parceira, e que seria construído na rodovia Raposo Tavares. Foi mais um para contar história.
Em janeiro, quando teve a última conversa com Heleno Maluf, o encarregado no clube sobre o estádio, Tessler detalhou o projeto, indicando inclusive quais seriam os investidores - a construção estaria a cargo da empreiteira Camargo Corrêa. A captação de recursos ficaria com a Global Equity Properties, um fundo de investimentos criado para se associar a construtoras com possibilidade de arrecadar até R$ 500 milhões e que, inicialmente, está projetado para financiar projetos imobiliários de pequeno e médio porte.
A maquete de Tessler prevê um estádio para 77 mil pessoas, com 30 mil cadeiras cativas, 400 camarotes e 5 mil cadeiras numeradas. Há a facilidade de estar próximo da estação de metrô Corinthians-Itaquera. Os investidores teriam o dinheiro recuperado de maneir a parecida com o projeto Egesa/Seebla: com venda dos camarotes, cadeiras e o "naming rights", que é passar o nome da arena para uma empresa, que pagará por isso.
O terreno em Itaquera foi concedido ao Corinthians em 1988, por 90 anos, desde que se construísse um estádio no local. A questão já foi alvo do Ministério Público, que chegou a denunciar o clube, mas após construir o CT o Corinthians pôde continuar utilizando a área.
E O PACAEMBU? - Andrés Sanches voltou a rejeitar a opção pelo estádio municipal, apesar de aliados a considerarem a mais viável. Ele acha a obra cara e, informalmente, diz a amigos que o estádio é um "elefante branco" para a Prefeitura, que pretende empurrá-lo ao clube com receio de que fique inativo.